A piscina de Caíque
Sempre comentamos sobre o cinema europeu, asiático, latino e alternativo. Priorizando uma estética artística, que nos dê um ar de intelectual, esnobismo de uma sociedade que não consegue olhar para suas produções, encontrando a humildade necessária para reconhecer a qualidade das obras locais. “A piscina de Caíque” (2017) é uma realização do goiano Raphael Gustavo da Silva. Um curta de ficção que foi exibido em Mostras e Festivais em diversos países como Alemanha, Chile, China, Espanha, Itália e Portugal e recebeu 29 prêmios nacionais e internacionais.
O filme é uma produção de “É Nóis Ki Tá” e “Kam Filmes”, com direção e roteiro de Raphael Silva, graduado em publicidade e propaganda com pós-graduação em Cinema e Audiovisual. A equipe de produção esta conformada por profissionais do audiovisual goiano e com experiência reconhecida nas produções locais. No elenco as atuações de Lucas Orsida, como Caíque e Guilherme Augusto Silva como o Amigo, crianças que nos sensibilizam e transmitem uma sensação de ternura. O filme contou com a participação do ator Antônio Pitanga, com reconhecimento nacional em participações no Cinema Novo dos anos 60, no Cinema Marginal dos 70 e nas novelas globais.
Este curta de 15 minutos é de uma simplicidade emotiva pela sua narrativa e pela participação desses atores mirins e a maturidade interpretativa de Pitanga. A história de Caíque aborda os problemas meio ambientais como o desperdício de água e o descaso das autoridades com os bairros periféricos. Assim como, as dificuldades geracionais num núcleo familiar onde a chefe de família esta representada pela figura feminina. Diversos temas envolvem o público com o filme, o encanto das crianças, seus sonhos e as dificuldades vivenciadas na periferia de Goiânia.
A Piscina de Caíque é um dos grandes parceiros do Cineclubismo Goiano, participando de diversas mostras e oficinas realizadas pelos cineclubes, principalmente pelo Cineclube Imigração que realiza itinerância com oficinas em diversas cidades do Estado sobre “Cinema, Cineclubismo e Educação”. Difundir e mostrar as realizações locais são uma forma de formação e incentivar a produção de cinema, como resultado da democratização do audiovisual a partir do digital e do celular. Registrando e potencializando a elaboração de arquivos audiovisuais através das memórias afetivas dos cidadãos goianos.
O Cinema Goiano é feito de nossas imagens, memórias e histórias.
Por Francisco Lillo
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